07 dezembro, 2008

O L H A R E S

Olhos
Olhares
Alhures
Na distância
Do Universo
Buscando

Aqui
Em você
Seus Olhos,
Sua Alma,
Sua essência
Sua vida
Refletida
Na minha retina
Apaixonada
Pelo seu olhar...


13 novembro, 2008

A Poesia

A poesia fala alto
quando está indignada,
sussurra doces palavras
quando está apaixonada,
desnuda e embala a alma
quando está solitária;
dança com o vento,
corre nos campos
e brinca na chuva,
voa alto com os pássaros e as nuvens,
mergulha nos oceanos
de paixões destrambelhadas
e enlouquecidas,
beija as flores,
poliniza almas e mentes
com emoções e idéias férteis,
cria novos mundos,
movimenta o universo,
ilumina as estrelas,
aquece os sóis,
reflete seus olhos,
descortina o amor,
enriquece paixões,
enaltece o espírito,
cativa corações e mentes,
busca aventuras
sonha fantasias,
recria a realidade
idealiza utopias,
muda a história
exorciza a dor
te encontra no âmago
das mais profundas emoções,
te beija e te ama
mesmo sem você saber...

Poesia - até a palavra é uma.



[A POESIA DESNUDA DANÇA COM A MATÉRIA DIÁFANA COM QUE É FEITA...]

A BELEZA

A beleza me sensibiliza,
seja ela a da natureza ou feminina.
Quando paisagens se descortinam em minha retina,
eu me deixo envolver por tantas cores e formas,
flutuo na imensidão do espaço e das luzes generosas,
me torno cúmplice no vôo livre com os pássaros,
parceiro no labor das abelhas colhendo pólen
de flor em flor, transformando-o em mel,
e depois sigo feliz com os zangões
para cortejar a abelha rainha.

Quando vejo uma bela mulher,
eu me enlevo,
minha percepção se torna mais aguçada,
meus olhos brilham,
minhas pupilas se dilatam
e eu impulsivamente busco um contato direto
com o olhar de meu alvo.
Não que eu queira com isso chegar junto,
azarar, convidar para sair
e levar para um ritual glorioso na cama de um dos dois.

Isso não me é indiferente, ao contrário;
mas naquele momento eu só quero conectar
a magia do olhar,
o sorriso franco e descompromissado
de duas pessoas que se vêem,
de duas almas que se conectam
sem ter que obrigatoriamente chegar
a algum contato verbal,
a uma finalização física.


É simplesmente tomar consciência
de que duas pessoas
que se complementam existem,
se encontram no tempo/espaço
e têm coragem de se olhar nos olhos,
ver sua própria alma refletida
no profundo daquele olhar
e sorrir um para o outro.
Simples assim...

INDIFERENÇA

A INDIFERENÇA DE ALGUMAS PESSOAS
É O ALIMENTO E A ENERGIA
QUE ME IMPULSIONAM
PARA O ALTO,
SEMPRE PARA BEM LONGE
DA INSENSATEZ, INSENSIBILIDADE
E PREPOTÊNCIA DESSES ALGOZES DE SI MESMOS...

FAZEM COM QUE MINHA CONSCIÊNCIA
FIQUE MAIS ATENTA E AGUÇADA,
MINHA INTELIGÊNCIA PERMANEÇA
ALERTA ÀS ARMADILHAS DA VAIDADE HUMANA,
MINHA GENEROSIDADE SEJA MAIS AMPLA E SELETIVA,
E QUE MINHA EDUCAÇÃO HERDADA E APRENDIDA
POR MEUS PAIS E SUAS FAMÍLIAS,
PORTANTO, DE "BERÇO", COM "PEDIGREE";
NÃO SEJA VIOLENTADA E NEM SE PERCA
POR ESSAS CARACTERÍSTICAS
MESQUINHAS DO SER HUMANO,
QUE PARECEM CONVIVER BEM ENTRE SI COM ESSA ATITUDE...

08 outubro, 2008

Os demônios da alma

Os demônios da alma
Não sobrevivem ao amor
Eles só aparecem
Quando o amor já se foi!
{Graça Carpes}

Aroma Antigo


Há um aroma no ar,
ele é tão antigo quanto à própria existência do planeta.
Um aroma de madeira intenso invade o ar;
mas de onde vem esse cheiro
se não há nenhuma árvore perto de mim?


Não há nenhum bosque em meio á essa selva de edifícios,
nenhuma árvore enfeitando essa rua deserta de natureza;
somente multidões de almas penadas
perdidas em sua luta insana pela sobrevivência,
caminhando como zumbis sem direção
e sem destino...

Minha pele!
Sim, esse aroma vem da minha pele,
casca grossa,
protetora infalível
das dores do mundo,
de milhares de decepções
impostas desde que nasci.
Sim, ela tem o aroma do mundo!

Como sempre fomos, os humanos,
parte do mundo, da vida,
ele não desiste de sobreviver
em nós, seres predadores,
insistindo em sua força,
nos revitalizando todos os dias,
sob todos os aspectos e detalhes,
apesar da hecatombe humana
ser contínua, personalista e irracional!

Dentro de nós pulsa o segredo da vida,
proporcionando á nós humanos,
por uma dádiva "divina" que o ser humano,
privilégios que ele desconhece e nega veemente;
não respeita e nem deseja,
já que ele tudo faz para denegrir, subornar e boicotar
sua própria natureza e consciência...

A ALMA HUMANA

Eu entendo a alma humana como ninguém,
e é por isso mesmo que eu não compreendo
os incontáveis erros que os humanos
insistem em repetir, dia-a-dia,
em todos os momentos da vida,
mesmo com milhares de anos de experiência!

Tenho certeza que eles
são bem mais capazes que isso...



28 junho, 2008

O CÓDIGO

O código mais importante numa relação é a confiança.

Quebrado esse código, por mais que se ame uma pessoa,

Por mais vitais e profundos que sejam os laços que ligam a pessoa

aos familiares, amigos, namorados, parceiros de trabalho;

Por mais competente que seja o profissional,

por mais digna e ética que possa ser a pessoa;

nada vai restabelecer o mesmo nível de cumplicidade, solidariedade e respeito...

Nem mesmo o perdão, a compreensão e o maior amor do mundo...


Pode-se tolerar, entender, perdoar;

mas resgatar de forma indelével, impecável, incondicional, a confiança quebrada, tenho certeza que não, nunca mais...

Mesmo você, que discorda de mim agora, lá no fundo, bem no fundo de sua alma sabe que eu tenho razão...

18 maio, 2008

A Sombra da Noite



Não estou falando de outras sombras.
Daquelas que passeiam pela noite.
Humanas, objetos, edifícios, carros, plantas.
Estou falando da grande sombra que a noite é.
Como ela cobre essa parte do planeta, nossos corpos, nossa alma.
Nos mergulha no nosso mais profundo eu,
Para trazer à tona o que há de melhor e de pior em nós,
para trabalharmos essas questões mais prementes,
buscar soluções definitivas para nossa existência;
ou simplesmente ficar olhando para o nada,
passeando pelos pensamentos e ansiedades mais banais,
no prazer do dolce far niente...

Não importa aqui a prioridade momentânea.
O que interessa é a noite
que vem
e com ela submerge o humano real,
que vive paralelamente à nós, animal social.

Aquele com medo, corajoso por saber conviver constantemente com isso;
nefasto, por trazer dentro de si toda uma gama de raiva justa aprisionada por anos e anos de repressão social;
intenso, por ainda ter dentro de si a energia que o criou, e se alimentar dela, mesmo que inconscientemente;
superficial, por desperdiçar essa mesma energia em tudo o que é inutil para si mesmo e os outros;
genioso, por ser teimoso o suficiente por não abrir mão do mundinho fútil que o escraviza, para criar algo maior;
genial, porque sabe de tudo isso, e brinca com o universo em seu caos particular;

verborrágico, porque não para de falar com seu próprio umbigo;
taciturno, por saber ficar em silêncio ouvindo a própria consciência lhe enviar sinais de que algo está errado no reino da humanidade, principalmente no seu feudo;
ignorante, por ficar indiferente à esses sinais constantes.

idiota, por ficar adiando sua própria evolução, até o dia do encontro com o Grande Buraco Negro de sua vida: a própria morte, e descobrir tarde demais - nos últimos minutos antes do suspiro derradeiro - o que poderia ter feito a grande diferença entre o sonhar, o imaginar, o fantasiar, o adiar e o vivenciar;

Contradições permitidas por todas as personas existentes em uma única alma,
personalidade multifacetada como um brilhante mal lapidado,
que busca em sua essência a mais completa tradução de si mesmo:
o que somos, o que devemos fazer,
para onde vamos? para onde queremos ir?
para onde nos levam?

A noite vem arrastando sua imensa sombra sobre nós...
Cabe-nos decidir o que queremos ser no processo de constante transformação
à que fomos condenados por nós mesmos e pelos deuses,
que a humanidade inventou para absorverem os pecados do medo da própria existência,
incerta e inevitável como a própria vida.

Pensamentos herméticos demais?
Então vá para o bar mais próximo e beba alguns copos de chopp,
acompanhados com petiscos variados;
vá para um restaurante, encha as taças com vinho,
coma una pasta
ou combinados de sushis regados à sakê;
estique numa pista de dança, se acabe no ritmo da música, se envolva na sensualidade da dança, beije MUITO quantas bocas se dispuserem á beijar a sua;
e se dali não acontecer o tão ansiado embate dos corpos,
termine sua noite num café, falando de suas poesias, seus contos, suas histórias para os amigos, ouvindo seus pensamentos, seus projetos, seus fantasmas e fantasias; brinque de ler o futuro no fundo da xícara e cubra a noite com gargalhadas e conversas engraçadas...

Esqueça que a noite sempre vem e cobre a luz do sol;
na verdade, ela só existe porque a luz vai embora,
para espantar a sombra que existe do outro lado do mundo...

29 abril, 2008

MESA PARA DOIS

Esse conto, de autoria de Lori Peikoff, Los Angeles, Califórnia, já está postado aqui desde 14 Maio de 2005, lá no fundo do baú.
Mas como sou um romântico incorrigível, decidi trazê-lo à tona pois acho essa história linda, sempre me sensibilizo quando a leio e gostaria que algo semelhante acontecesse comigo, porque é uma poesia em forma de fatos. Demonstra que o destino as vezes gosta de brincar com - ou testar - a força de nossos sentimentos.


Aproveitei a reedição desse texto aqui para inserir nele vários Hiperlinks; ou seja, as palavras em negrito e/ou de outras cores, se clicadas; levam à uma outra janela em que se abrem sites relacionados com os termos citados. Exemplo: as palavras acima, "Los Angeles e Califórnia", levam aos sites da cidade e do estado citados. Infelizmente não encontrei nada relativo à autora, somente sites que citam uma veterinária estudiosa do comportamento de cães. Como não obtive informações seguras de que era a mesma pessoa, não inseri o link sobre o nome dela.

Times Building, New York, 1947

Em 1947, minha mãe, Deborah, tinha 21 anos e estudava Literatura Inglesa na Universidade de New York. Ela era linda – impetuosa e introspectiva ao mesmo tempo - com uma grande paixão por livros e idéias. Lia vorazmente e esperava tornar-se escritora um dia.
Meu pai, Joseph, era um candidato a pintor que se sustentava dando aulas de arte num colégio de West Side. Aos sábados, pintava durante todo o dia, em casa ou no Central Park, e se dava ao luxo de jantar fora. Na noite de sábado em questão, ele escolheu um restaurante das vizinhanças chamado Via Láctea.

New York. Seen here in 1947

Acontece que o Via Láctea era o restaurante predileto de minha mãe e naquele sábado, depois de estudar durante todo o dia, ela foi lá para jantar, levando consigo um exemplar usado de "Grandes Esperanças" de Dickens. O restaurante estava cheio e ela conseguiu a última mesa, sentou-se para uma noitada - de goulash, vinho tinto e Dickens - e logo perdeu o contato com o que acontecia ao seu redor.
Dentro de meia hora, o restaurante estava cheio de gente esperando mesa. A recepcionista, esbaforida, perguntou à minha mãe se ela se importaria de dividir a mesa com outra pessoa. Quase sem tirar os olhos do livro, minha mãe concordou.
"Uma vida trágica para o pobre Pip", disse meu pai quando viu a capa esfarrapada de "Grandes Esperanças". Minha mãe olhou para ele e naquele momento, ela lembra, viu algo estranhamente familiar nos olhos dele. Anos depois, quando lhe implorei para contar uma vez mais a história, ela suspirou docemente e disse: "Eu me vi nos olhos dele".
Meu pai, inteiramente cativado pela presença dela, jura até hoje que escutou uma voz interior. "Ela é seu destino", disse a voz, e imediatamente depois ele sentiu um formigamento que foi da ponta dos pés ao topo da cabeça. O que quer que meus pais tenham visto, ouvido ou sentido naquela noite, ambos entenderam que algo milagroso acontecera.
Tal como dois velhos amigos que se encontram depois de muito tempo, conversaram durante horas. Mais tarde, no final da noite, minha mãe escreveu o número do telefone no lado interno da capa de "Grandes Esperanças" e deu o livro para meu pai. Ele disse adeus, beijando-a delicadamente na testa, e em seguida partiram em direções opostas noite adentro.

Pied Piper, New York, N.Y.,1947

Nenhum dos dois conseguiu dormir. Mesmo depois de fechar os olhos, minha mãe só via uma coisa: o rosto de meu pai. E meu pai, que não conseguia parar de pensar nela, ficou acordado a noite inteira, pintando o retrato de minha mãe.

Subway Sonata, New York

No dia seguinte, domingo, ele foi ao Brooklin visitar seus pais. Levou consigo o livro para ler no metrô, mas estava exausto após a noite insone e começou a sentir sono nos primeiros parágrafos. Então enfiou o livro no bolso do casaco – que pusera sobre o assento ao lado – e fechou os olhos. Só acordou quando o trem parou em Brighton Beach, no outro extremo do Brooklin.
O vagão estava vazio e, quando ele abriu os olhos e procurou suas coisas, o casaco não estava mais lá. Alguém o roubara, junto com o livro. O que significava que o número do telefone de minha mãe também se fora. Em desespero, ele procurou por todo o trem, olhando embaixo de cada assento, não somente em seu vagão, mas nos vagões anterior e posterior. No entusiasmo do encontro com Deborah, Joseph, estupidamente esquecera de lhe perguntar o sobrenome. O número do telefone era sua única ligação com ela.
A chamada que minha mãe esperava nunca aconteceu. Meu pai procurou-a várias vezes no Departamento de Inglês da universidade, mas jamais a encontrou. O destino traíra os dois. O que parecera inevitável na primeira noite no restaurante aparentemente não era para acontecer.

Paris, 1947

Naquele verão, ambos viajaram para a Europa. Minha mãe foi para a Inglaterra fazer cursos de literatura em Oxford; meu pai foi para Paris pintar. No final de julho, com uma folga de três dias nos estudos, minha mãe voou até Paris, decidida a absorver o máximo de cultura que pudesse em 72 horas.
Levou consigo um novo exemplar de "Grandes Esperanças". Depois da triste história com meu pai, não tivera coragem de lê-lo, mas então, ao sentar-se num restaurante cheio depois de um longo dia de passeios turísticos, ela abriu a primeira página do romance e começou a pensar nele de novo.

Paris, Brassäi, Café de Flore 1947

Após ler algumas frases, foi interrompida pelo maître, que lhe perguntou, primeiro em francês, depois em inglês macarrônico, se ela se importaria de dividir a mesa. Minha mãe concordou e retornou a leitura. Um instante depois, ela escutou uma voz familiar. ''Uma vida trágica para o pobre Pip", disse a voz, e quando ela ergueu os olhos, lá estava ele de novo.


Esse conto foi extraído do livro "Achei que meu pai fosse Deus e outras histórias verdadeiras da vida americana", organizado por Paul Auster (Companhia das Letras).
A história desse livro já é, em si mesma, uma narrativa surpreendente. Convidado a fazer um programa mensal numa rede de emisssoras públicas dos Estados Unidos, Paul Auster resolveu pedir aos ouvintes que mandassem suas histórias para serem lidas no ar. Os relatos tinham que ser verdadeiros e curtos, mas não havia restrição quanto ao tema e estilo. (...). Histórias verdadeiras que parecem ficção. Histórias que se recusam a obedecer ao senso comum. (...).


A resposta foi espantosa: em um ano, recebeu mais de quatro mil textos. Impossível ler todos no programa como prometido aos ouvintes. A solução foi organizar uma antologia com parte das histórias – e essa que vocês acabaram de ler é uma delas.


Para ler um texto de Paul Auster postado nesse blog, clique nesse link:
E N C O N T R O S

28 abril, 2008

ClicK-n∆s-Im∆geNs p∂r∂ ∆∑PLi∆-L∆S

...............R.E.F.O.R.M.U.L.A.N.D.O...............



Olá pessoal que por acaso passe por aqui e veja essa data tão antiga no post abaixo:
desculpe por isso, mas o meu blog esteve fora do ar e só agora consegui reativá-lo, portanto vou fazer uma faxina nele aos poucos; limpando textos já defasados e colocando novas poesias e idéias.

tudo vai ficar perfeito!