13 novembro, 2008

A BELEZA

A beleza me sensibiliza,
seja ela a da natureza ou feminina.
Quando paisagens se descortinam em minha retina,
eu me deixo envolver por tantas cores e formas,
flutuo na imensidão do espaço e das luzes generosas,
me torno cúmplice no vôo livre com os pássaros,
parceiro no labor das abelhas colhendo pólen
de flor em flor, transformando-o em mel,
e depois sigo feliz com os zangões
para cortejar a abelha rainha.

Quando vejo uma bela mulher,
eu me enlevo,
minha percepção se torna mais aguçada,
meus olhos brilham,
minhas pupilas se dilatam
e eu impulsivamente busco um contato direto
com o olhar de meu alvo.
Não que eu queira com isso chegar junto,
azarar, convidar para sair
e levar para um ritual glorioso na cama de um dos dois.

Isso não me é indiferente, ao contrário;
mas naquele momento eu só quero conectar
a magia do olhar,
o sorriso franco e descompromissado
de duas pessoas que se vêem,
de duas almas que se conectam
sem ter que obrigatoriamente chegar
a algum contato verbal,
a uma finalização física.


É simplesmente tomar consciência
de que duas pessoas
que se complementam existem,
se encontram no tempo/espaço
e têm coragem de se olhar nos olhos,
ver sua própria alma refletida
no profundo daquele olhar
e sorrir um para o outro.
Simples assim...

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