minha sensibilidade
não é lata de lixo não
nem espremedor de laranjas
a triturar frutas sem parar
nem alvo para testes de pontaria
para dardos venenosos
que sua maldade decide atirar,
tampouco sou bagaço de laranja
que você pode cuspir fora
quando não mais consegue
caldo dela tirar,
nem sou esgoto
pronto para receber
tudo o que você não consegue digerir
sem ao menos descarga querer dar,
não sou saco de pancada
para seus treinos de boxeadora
para quando sua raiva
e suas neuroses
você quiser extravazar...
não jogue prá cima de mim
tudo aquilo que não consegue entender
tua fúria, teu ciúme inconsciente;
por não saber trabalhar
suas dúvidas, seus temores
ou por não poder ter
tudo aquilo que quer...
minha sensibilidade é simples
não gosta de barulho
mas gosta de dançar
é simples
e volta e meia
se perde no filme invisível
que você teima em passar
com legendas truncadas
linguagem confusa
e edição enlouquecida
minha sensibilidade
é uma interrogação
neste deserto de absurdas afirmações
não é nada
do que se possa esperar
é simples
e quer aumentar...
(trabalhada em cima do original de Jorge Salomão,
com o mesmo título e usando alguns trechos de sua autoria
(em negrito), tomada emprestada do livro "MOSAICAL" -
Editora Gryphus, 1994, pag 2.
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